Ter filhos exige tempo, dedicação,
investimento, paciência esforço. E a falta de tempo para estar com os filhos
preocupa muitas mães e pais. Uma delas escreveu perguntando como demonstrar
interesse pelas atividades dos filhos se trabalha o dia todo e, quando chega em
casa, eles já estão se preparando para dormir, o que não permite que tenha,
portanto, a chance de participar das brincadeiras deles e de acompanhar as
descobertas que eles fazem.
É, parece que a cada ano que passa temos
menos tempo para a família. Em geral, o trabalho dos pais tem exigido dedicação
intensa e, além disso, ainda há o trânsito a enfrentar, a casa para administrar,
as compras para fazer, a tensão e o cansaço que chegam quase ao limite do
suportável. Será que é preciso ser assim mesmo? Creio que pode ser diferente,
caso os pais priorizem certos períodos de seu tempo para a convivência com o
filho.
Quem é que já tentou falar com determinada
pessoa no horário de trabalho e não teve de ligar em outro momento porque ela
estava em uma reunião ou fazendo alguma atividade que não permitia interrupção?
Quase todo mundo. Mas quem já teve de esperar para tratar de um assunto com
alguém porque a pessoa estava se dedicando aos filhos? Pouca
gente.
Ouvi um pai dizer, certa vez, comentando
justamente o que lhe acontecia quando chegava em casa à noite, depois do
trabalho, que, nessa hora, tudo o que os filhos queriam eram os pais. Pois é,
isso nos faz pensar que, talvez, a falta de tempo para os filhos seja resultado
não apenas do acúmulo de tarefas mas também de falta de
prioridade.
Todo mundo já ouviu dizer que, para o
filho, importa muito mais a qualidade do tempo que seus pais dedicavam a ele do
que a quantidade do tempo que seus pais dedicam. É verdade: 15 minutos de
convivência com o filho são muito mais importantes tanto para a educação quanto
para o afeto do que meio dia juntos sem o foco estar dirigido ao relacionamento
entre eles. O problema, hoje, é que esses 15 minutos não têm recebido a atenção
necessária dos pais.
Quantas vezes, no pouco tempo que passam
com os filhos, os pais escutam o que eles falam sem ouvir, respondendo-lhes
apenas com um "hã, hã"? Quantas vezes, nesses 15 minutos, os pais se dirigem ao
filho sem ao menos olhar para o rosto dele? Quantas vezes, nesses 15 minutos, os pais não
atendem mil telefonemas, muitas vezes para falar de trabalho?
E mais: muitos
pais abrem mão de colocarem limites e de serem firmes com as regras
estabelecidas para os filhos nesse período de 15 minutos porque acreditam que
essa atitude prejudica a qualidade do pouco tempo que passam com eles. Ao
contrário! Já que os pais têm pouco tempo, precisam aproveitá-lo para dirigir o
processo educativo dos filhos. Não é se passando por "bonzinho" que se constrói
um tempo de qualidade com o filho!
E no fim de semana? Será que os pais se
lembram de dedicar pelo menos uma parte do tempo que têm disponível para
acompanhar o filho em atividades do interesse dele? E, ao ver televisão ou na
hora do jantar, por exemplo, dirigem-se a ele e buscam seus comentários? Ao
conversar a respeito da escola e dos estudos, lembram-se de reconhecer os
avanços que ele conseguiu, de fazer perguntas específicas que demonstrem estar a
par dos acontecimentos?
Esses são apenas alguns exemplos que
mostram o quanto podem passar despercebidos dos pais momentos que poderiam ser
dedicados à convivência com os filhos, mas que ficam perdidos por causa do
cansaço, do estresse, das atividades múltiplas que os pais têm de realizar.
Seria bom aprender a respeitar esses 15 minutos.
Rosely Sayão
Retirado do blog:
http://anacprofessora.blogspot.com.br
2 comentários:
Oi tia Marcinha.
Prazer em visitá-la novamente e ler a sua postagem.
Muitas vezes já ouvi na escola pais dizerem: "não vejo a hora de meu filho(a) ir para a escola".Uma mãe chegou a dizer: "ainda bem que tem a creche, graças a Deus...".
E assim vai.
O maior problema na escola que trabalho é a relação pais/filhos.
Um grande abraço e vamos absorvendo essas novas situações.
Ótimo final de semana.
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Abraço, fiquemos na Paz de Deus e até breve! Agora é só aguardar a sua publicação.
Irivan
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